Jesus exigia de seus ouvintes e também de nós que abandonemos o modo de pensar que domina nosso ambiente. Não devemos procurar vingança, nem devemos aceitar que a violência seja a solução para nossos desencontros; não devemos procurar justiça pela força, nem podemos deixar de socorrer o necessitado. Essa fala deve ter espantado os antigos e ainda nos espanta.
Duas lições são aqui apresentadas pelo nosso Salvador. A primeira é sobre a violência. O revide, muitas vezes camuflado como defesa da honra, acaba com a oportunidade de se chegar ao bom termo. A verdadeira honra é quebrar o espiral da violência. A calma desarma o agressor. Costuma-se dizer: “Duro com duro não faz bom muro”. Pagar o mal com o bem é nossa obrigação de cristãos. Quando, porém, nada se puder fazer, sigamos a atitude de nosso Salvador quando foi preso: “Um dos guardas presentes deu uma bofetada em Jesus”…Replicou-lhe Jesus: “Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, porque me bates?” (Jo 18,22-23). A outra lição do Evangelho de hoje é o desprendimento. Além de ser uma atitude sensata, inesperada, às vezes, exige de quem o faz, desapego das próprias coisas. Quantas brigas em nossas casas porque pegaram algum objeto nosso! Há uma fase na infância em que as crianças são ciosas de seus brinquedos e brigam com seus irmãos por causa deles. Infelizmente há adultos que não amadurecem e continuam crianças em seu egoísmo doentio. Como é difícil dar a quem nos pede e não nos desviarmos daquele que nos vem pedir emprestado! (Mt 5, 38-42)
