“Ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de diversas ervas e desprezais a justiça e o amor de Deus. No entanto, era necessário praticar estas coisas, sem contudo deixar de fazer aquelas outras coisas. Ai de vós, fariseus, que gostais das primeiras cadeiras nas sinagogas e das saudações nas praças públicas. Ai de vós, que sois como sepulcros que não aparecem, e sobres os quais os homens caminham sem o saber. Um dos doutores da lei lhe disse: Mestre, falando assim também a nós outros nos afrontas. Ele respondeu: Ai também de vós, doutores da lei, que carregais os homens com pesos que não podem levar, mas vós mesmos nem sequer com um dedo vosso tocais os fardos”.
Os fariseus colocavam leis, regras, mas não as cumpriam e colocavam esses fardos aos outros. Achavam que a Palavra de Deus era para os outros cumprirem. E Jesus dizia a eles para não serem tão legalistas, mas para serem mais amorosos. Eles não entenderam o que Jesus quis dizer e reclamaram: Você está nos insultando.
O mesmo acontece conosco. Jesus chama a atenção para a inversão de valores, porque normalmente não damos atenção para aquilo que realmente deve ser valorizado. Você já percebeu que é sempre o outro que tem de mudar para eu estar bem? É difícil aceitar que erramos e por isso temos o costume de dizer que o problema está sempre no outro.
Assumir que erramos é o primeiro passo para a mudança. Assumir o erro não é sinal de fraqueza, pelo contrário, significa maturidade. Só podemos recomeçar se temos plena consciência de que o que foi feito está errado e, por isso, precisa ser corrigido. Do contrário, persistimos no erro. Quando os fariseus disseram a Jesus: Você está nos insultando, davam plena demonstração de que não assumiam que estavam errando e, conseqüentemente, praticavam uma religião injusta, mesmo usando o nome de Deus para justificar suas atitudes. A maior lei é a do amor. A religião é para ser vivida no amor e na justiça. Temos a tentação de fazer com que a justiça se sobreponha ao amor e isso faz com que maltratemos as pessoas. Quantas vezes já não vimos isso, pessoas que usam a lei para praticar injustiças? Pessoas que usam a Palavra de Deus para atacar e humilhar seus irmãos? Deus quer misericórdia e não sacrifícios. Devemos ser justos, honestos, mas a última palavra, a última atitude tem que ser o amor, pois Deus é amor, é misericordioso. Não há sentido em estar de acordo com as leis humanas e contrário ao amor de Deus.