O chamado do Senhor será sempre um mistério. Quando o Senhor chama, é para que sejamos discípulos missionários do Reino. Jesus chamou os Doze primeiros. Seriam eles melhores, os mais generosos ou os mais humildes de coração? Os discípulos amadurecem na compreensão do ensinamento de Jesus e na missão. Jesus os chamou para que estivessem com Ele e se vinculassem à sua pessoa. Certo é que o Senhor conta com a nossa colaboração em favor do seu Reino, que também é nosso. E essa é a grande descoberta do cristão: sua pertença ao Reino.
Jesus, depois de ter feito tanto bem, subiu ao monte para rezar. Sem dúvida, para, primeiro, agradecer as graças que seu pai tinha proporcionado, e só depois pedir luzes para escolher doze apóstolos dentre tantos discípulos que o seguiam. Jesus é Deus e homem, ou seja, uma só pessoa com duas naturezas: a divina e a humana. Como segunda pessoa da Santíssima Trindade, Ele estava continuamente unido a seu Pai e ao Espírito Santo; mas, como homem, quis ser igual a nós em tudo, menos no pecado. Nesse sentido, São Paulo escreveu: “Cristo Jesus, sendo de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus” (Fl 2,6). Infelizmente, nem sempre é dessa maneira que nos comportamos: exigimos solução imediata. Criemos o hábito de todos os dias agradecer ao Senhor pelas graças espirituais que nos foram concedidas. Em seguida, digamos “muito obrigado” por estarmos vivos, por mais um dia, por nosso alimento, vestuário e moradia, e tantos outros favores materiais. Só então façamos nossos pedidos. E, nesse ponto, lembremo-nos de que estamos “pedindo”, e não “exigindo” que Deus nos atenda. Ele tem seu próprio tempo. (Mc 3, 13-19)
“Monge”
