“Se o mundo vos odeia, sabei que odiou a mim antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: O servo não é maior que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também a vossa. Mas vos farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou”. (joão 15, 18-21)
O ódio do mundo. A antítese do amor é o ódio. Jesus veio como expressão do amor do pai, para plantar o amor e constituir a comunidade daqueles que se amam.
A perseguição dos cristãos, primeiro pelos judeus e depois pelos gentios, foi a experiência constante da Igreja nascente. Jesus a experimentou e a antecipou em sua própria vida. A razão é a seguinte: os discípulos não são do mundo, pertencem ao Pai e ao Filho, foram escolhidos por Jesus, foram concedidos pelo Pai.
Esta ação de Deus sobre os discípulos separa-os do mundo, a sua conduta é ou deve ser uma denúncia do mundo, de suas estruturas injustas e, consequência dessa atitude de denúncia, o mundo vos odiará. É isso o que ocorreu com Jesus.
O fato de ser perseguido decorre da própria fé do discípulo que encarna a palavra de Cristo, enfrenta a luta aberta e contínua contra o inimigo, age inspirando-se na vontade de Deus.
Um discípulo é um olhar de Deus na Terra. Um cristão continua e prolonga na história, o mistério de Cristo. Ele provocou divisões e atraiu ódios não só sobre si, mas também sobre todo aquele que se tornou testemunha do amor de Jesus por nós.