Não sabemos em que contexto Jesus disse essas palavras. A mim elas ensinam que, se quero ajudar os outros no caminho da salvação, devo conhecer bem o jeito de viver ensinado por Cristo. Ensinam também que, ao procurar quem me ensine o caminho, devo cuidar de escolher quem tenha os olhos bem abertos para a verdade.
Como é difícil admitir que somos todos iguais! A situação piora quando estudamos mais do que a maioria. Sem percebermos, queremos que nossa opinião seja acatada e se, por acaso, apresentarem-nos argumentos contrários, queremos impô-la, mesmo à custa de aumentarmos os fatos ou mentirmos, para defendermos nosso ponto de vista. Tal atitude se disfarça dentro de nós, tão sorrateiramente que nos pomos a corrigir como se fôssemos detentores de toda verdade sobre o assunto em questão. A tal ponto chega nosso orgulho que ficamos cegos para a verdade. Ora, Jesus nos previne: “Pode acaso um cego guiar outro cego?Não cairão ambos na cova?” Defendemos a todo custo nosso ponto de vista, sem termos a humildade de aceitar que o do outro também pode estar certo. Como é difícil recuar ou, como diz o Mestre, tirar a trave de nosso olho: “Hipócrita, tira a trave do teu olho e depois enxergarás para tirar o argueiro do olho de teu irmão”. (Lc 6, 39-42)