O evangelista Marcos insiste em que Jesus não queria despertar um entusiasmo fácil. Queria ser aceito por si mesmo.
Em diversas ocasiões, quando solicitavam a Jesus a cura de um doente, Ele, por seu poder divino, ao sentir a fé de quem lhe pedia o milagre, restituía-lhe a saúde de longe mesmo. Ainda ontem meditamos sobre a cura da filha da mulher siro-fenícia, que ficou livre dos seus males à distância. Lembremo-nos: “Voltou para casa e achou a menina deitada na cama. O demônio havia saído”. Desta vez, o nosso Salvador chamou o doente à parte, tocou-lhe os ouvidos e a língua. Em seguida, “levantou os olhos para o céu, deu um suspiro e disse-lhe: Éfeta!, que quer dizer abre-te”. No mesmo instante os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente. Porque então não curou esse enfermo à distância, com uma simples ordem, como tinha feito, por exemplo, com os dez leprosos? Os milagres tinham uma finalidade maior: serem aplicados espiritualmente a nós. Por meio deste, Jesus quis nos renovar e libertar das amarras dos vícios que nos levam a não querer ouvir a Palavra de Deus, nem divulgá-la por nossos atos. (Mc 7, 31-37)