Quase sempre quando ouvimos falar em herança, pensamos logo em imóveis valiosos ou em uma grande quantia de dinheiro. Mas nem sempre é assim, muitas veses recebemos heranças indesejáveis, como dívidas ou alguma doença hereditária.
Minha família foi marcada por uma herança que muito nos fez sofrer, “o Alcoolismo”. Meu bisavô paterno faleceu de infarto, porque era hipertenso e não conseguia ficar longe de um bom vinho. Meus avôs, tanto materno como paterno, faleceram muito novos, por causa do exagero nas bebidas alcoólicas. Meu pai que também bebia muito e fumava, faleceu com problemas pulmonar e infarto. Meu irmão, que já havia sofrido um infarto, foi proibido de fumar e de beber pelos médicos, não conseguiu abandonar os vícios, vindo a falecer.
Em minha família, por causa do excesso de álcool, meu pais, eu, meu irmão e minha irmã, todos nós quebramos o juramento que fizemos a Deus ao nos casarmos na Igreja Católica e nos divorciamos.
Dois primos meus, por parte de pai, um com vinte seis e o outro com vinte oito anos de idade, faleceram em acidentes, por estarem dirigindo seus carros embriagados.
Um jovem, com apenas dezoito anos de idade, bonito, saudável, inteligente, já bem empregado em um banco, saiu num domingo à noite com um amigo, a uma cidade vizinha, para irem se encontrar com suas namoradas e se divertirem em uma discoteca. Na volta, já de madrugada, dirigindo com seus reflexos diminuidos pelo excesso de álcool, se perdeu em uma curva, capotou o carro, vindo a falecer. Esse moço se chamava André Reinaldo e era meu filho. A morte desse jovem, meu único filho homem, foi muito dura para mim, a dor que senti, foi uma dor terrível. Até hoje, apesar de terem se passado mais de vinte anos dessa tragédia, quando lembro dele, quando falo nele, sinto um aperto forte no peito e de saudades começo a chorar.
Um tio meu, por parte de pai, por beber demais, se separou da esposa e foi morar sózinho em um sítio em Bragança Paulista. Lá exagerou na bebida e no fumo, vindo a falecer de infarto.
Outro tio, por parte de mãe, pelo mesmo motivo, se separou da esposa, indo morar sozinho em um sítio em Pariquera-Açu. Lá bebeu, bebeu, bebeu e faleceu de cirrose hepática.
Eu também abracei a mesma sina de meus tios, depois de muitos anos de bebedeiras e brigas, me separei da esposa e como um boi a caminho do matadouro, fui morar sozinho em um sitio, no município de Piedade. Aqui, fiquei completamente dominado pelo vício, me tornando assim, um “alcoólatra”.
Depois de três anos de muita bebedeira, minha saúde foi-se embora, meu destino seria com certeza, o mesmo do meus dois tios. Com o estômago dilatado, figado inflamado, pressão descontrolada, coração descompassado, percebi que estava à beira da morte, havia chegado como dizem no fundo do poço.
Mas, lá, naquele lugar escuro, frio e lamacento, como todo fundo de poço, onde eu me encontrava, vi uma luz muito forte que brilhava. Na mesma hora eu pensei: essa luz, só pode ser Jesus. Lembrei-me então, daquela passagem da Bíblia, onde Jesus curou o cego Bartimeu e gritei: Jesus, filho de Davi, tenha compaixão de mim, me liberta do vício do álcool, não quero morrer, quero ser um homem novo.
A resposta de Jesus eu tive quando em casa abri a Bíblia em 2 Corintios cap. 6, vers. 2, onde estava escrito: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação. Agora é tempo favorável, agora é dia da salvação.
Assim Jesus quebrou a herança malígna que recebi dos meus antepassados. Sai da lama e escuridão que me encontrava, abandonei o vício do álcool, procurei um sacerdote em minha Igreja, me reconciliei com Deus pedindo perdão de meus erros e pecados e comecei vida nova seguindo Jesus.
Infelizmente o álcool, continua destruindo famílias, matando pessoas e fazendo o mundo ficar cada vez mais violento.
E você meu irmão, minha irmã, que está perdendo as rédeas da sua vida por causa do excesso de bebidas alcoólicas. Não espere chegar ao fundo do poço como eu para mudar. Abra o seu coração para Jesus e comece já, uma vida nova com sobriedade, amor e alegria, só assim conseguiremos mudar o mundo.