A dureza das palavras de Jesus sobre as riquezas nos coloca sempre diante do nosso maior pecado: o apego às coisas e o desejo ilimitado que temos de possuí-las. Jesus sabe muito bem que, no coração humano, não há espaço suficiente onde caibam a ambição, a cobiça e o materialismo e, ao mesmo tempo, a fraternidade, o desapego e a partilha. Aquele que vive para juntar tesouros não será capaz de partilhá-los, afinal, a raiz da ganância está justamente na incapacidade de repartir. Por isso, ainda que aquele jovem rico ache que já vive a fé, porque cumpre rituais e vive a letra dos Mandamentos, ele ainda não descobriu o que é mais importante: dispor-se plenamente para que o outro tenha vida e oportunidades de crescer. As palavras de Jesus nos mostram que as riquezas, em si, são boas e podem gerar a vida. O problema é quando o nosso coração humano é escravizado pelos bens materiais e ocorre uma inversão de autoridade: o dinheiro passa a mandar em nós! (Mc 10, 17-27)
“Monge”