Conheço de cor essa palavra de Jesus. E acho que fico tão sem jeito como os discípulos e outros ouvintes do Mestre. Todos nos vemos retratado no servo sem misericórdia nem compaixão. Conhecemos a bondade de Deus, sua prontidão em nos perdoar ao menor sinal de arrependimento. Muitas e muitas vezes, experimentamos seu perdão amoroso e compassivo. Mesmo assim, ainda não aprendemos a perdoar, pelo menos a não perdoar logo. Discutimos longamente se o próximo de fato está arrependido, fazemos questão que reconheça seu erro e nos peça perdão, ainda que isso lhe custe constrangimento. E quando afinal perdoamos, assumimos jeito de juiz misericordioso, e não de irmão igualmente culpado. Não há dúvida; precisamos urgentemente de conversão e perdão.
O único limite para a gratuidade e misericórdia de Deus, está em nossa incapacidade de amar e de perdoar nossos irmãos e irmãs. Por isso mesmo, Jesus coloca esta frase em sua oração: “Perdoai nossas dívidas assim como nós perdoamos nossos devedores”. (Mt 18, 21-35)