Autor -Reinaldo

Nessa passagem se dá o início de uma nova etapa do Evangelho. Com quatro verbos (completar-se, estar próximo, fazer penitência e crer, Jesus inicia seu plano missionário. João termina a sua atividade e dá passagem a de Jesus. O desejo do Senhor é que sejamos criaturas novas, abandonando o “homem velho” enraizado no egoísmo, na ganância, em tudo que vem nos fazer regredir no amor. Jesus é o modelo completo de ser humano, modelo, espelho, exemplo de como devemos viver e nos relacionar com o Pai. (Mc 1, 12-15)

A espiritualidade quaresmal comporta uma dimensão penitencial, de conversão e de mudança de vida. O Evangelho de hoje apresenta a conversão que leva ao seguimento. Deixar tudo, seguir o Mestre e viver a alegria de ter encontrado o tesouro do céu, é a melhor maneira de estar de posse da verdadeira felicidade. Nem todos conseguem compreender as preferências de Deus, pois seus critérios são diferentes dos nossos. Algumas pessoas pensam que agradam a Deus cumprindo uma série de preceitos e leis; outros se dedicam a viver a misericórdia...

Jesus procura suavemente, com imagens, abrir os olhos dos discípulos do Batista para a nova realidade. Ao mesmo tempo deixa entrever o desenlace trágico: “dias virão em que lhes será tirado o esposo. O jejum que agrada ao Senhor é ser solidário com quem precisa de ajuda, praticar a justiça, ter bom relacionamento, abrir as cadeias injustas, desatar as amarras, quebrar toda espécie de jugo, repartir o alimento com o faminto, dar abrigo ao sem-teto e vestir o sem-roupa. Esta forma de jejum é a que mais agrada ao Senhor. (Mt 9, 14-15)

Quem quiser seguir Jesus não pode evadir-se do caminho que Ele mesmo está traçando; o verdadeiro cristão tem de assumir como próprio o projeto e o caminho do Mestre: negar-se a si mesmo quer dizer não agir por capricho nem acomodar a realidade aos próprios interesses. Para o cristão a cruz é o símbolo que o acompanha durante todo o tempo quaresmal. Não há visão triunfal de Jesus fora da cruz, como não há um Jesus sem cruz. Da mesma forma também não há fidelidade do cristão sem abraçar a cruz. Se o Mestre trilhou um caminho...

Quaresma, tempo de maior reflexão da Palavra, de mudança de vida, de preparação para a celebração da Páscoa do Senhor. O Evangelho nos oferece um verdadeiro programa de vida: não fazer boas obras para aparecer; não fazer propaganda da esmola, da oração e do jejum que fazemos. O espalhafato faz perder os bons frutos de toda a ação realizada. Ó Jesus, nosso Mestre, vem nos ensinar o melhor modo de praticar a esmola, a oração e o jejum: que tudo se realize com discrição e modéstia, e o Pai celeste, que vê o que está oculto...

O assunto é o pão que, aliás, os discípulos haviam esquecido de levar consigo. Entre eles pode-se perceber o constrangimento e os olhares de cobrança. Jesus, notando o mal estar, aproveita para transmitir uma lição de vida. O fermento produz maravilhas na massa do pão; porém, pode estragar uma vida inteira quando é outro tipo de fermento que entra em ação. O alerta é para o fermento dos fariseus e de Herodes: o fermento da dissimulação, da violência e da autossuficiência. É desse fermento que os discípulos, e todos nós...

Os fariseus pedem a Jesus um sinal. Jesus aproveita a ocasião para ensinar que os sinais ou milagres são ações de solidariedade e não espetáculos rotineiros, que os milagres não pretendem comprar a fé do povo e que uma fé dependente dos milagres gera crentes sem compromisso. Para quem não quer crer, nenhum milagre vai trazer mudanças na vida. O milagre não produz a fé, mas a fé é que produz o milagre. Devido ao fechamento do coração deles, Jesus os deixa e segue seu caminho para um lugar onde será mais bem acolhido e...