Arquivo -fevereiro 2021

“Se queres, tens o poder de curar-me”. Um leproso, uma mão estendida, um curado. As palavras do leproso são um lamento, uma prece, uma profissão de fé. Eu preciso, e tu podes! A liberdade de Jesus é testada e esperada, mas com palavras carregadas de confiança: tens o poder. O leproso reconhece o poder de Jesus e suplica em seu favor. Não duvida, afirma. Apenas deseja que Jesus escolha curá-lo a deixá-lo ali com sua impureza maldita. Jesus nunca se afasta sem reagir positiva e generosamente à fé genuína de um coração...

Jesus não ficou lá no Céu, distante, tomando nota do que fazemos de mau para nos castigar. Não. Longe disso. Ele quis tomar um corpo como nós, viver em nosso meio, experimentar a fome, a sede, enfim todas as nossas limitações, para valorizar cada situação humana. Assim, por sua experiência pessoal, sabia o que era ficar três dias sem ter o que comer. Por causa disso, teve compaixão daquela numerosa multidão de adultos e crianças. Como é confortador saber que Deus nos ama tanto a ponto de tornar-se um de nós, para conhecer...

Todos os milagres realizados por Jesus trazem mensagem para a nossa vida espiritual. Pensemos que também somos surdos-mudos “espirituais” quando nossas preocupações com as coisas materiais, em si boas, impedem-nos de acolher a Palavra do Senhor. Como consequência, não damos testemunho de Jesus Ressuscitado porque não o queremos ouvir. Notemos que o texto não coloca que o surdo-mudo tenha feito algum sinal de que quisesse chegar até Jesus para ser curado. O Evangelho diz apenas: “Apresentaram-lhe um surdo-mudo...

Jesus insiste conosco para que tenhamos fé nele e não duvidemos de sua misericórdia: “Pedi e vos será dado… todo aquele que pede recebe” (Mt 7, 7-8). O milagre relatado nesse trecho do Evangelho, é prova do que acabamos de ler. Nosso Senhor foi para Tiro e Sidônia, fora dos limites do território judaico. Uma mulher que era de origem sirio-fenícia, estrangeira, portanto, procurou-o para que curasse a filha doente. A princípio, Jesus parecia não querer atendê-la, porque ela não era judia. O Messias tinha vindo para...

Jesus procurava oferecer ao povo (e a nós) uma doutrina sadia, na qual o mais importante é o coração das pessoas, que os outros não podem ver, mas Deus conhece muito bem. Por isso, um dia, Jesus lhes disse: “É do coração que provem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias” (Mt 15,19). Nosso Salvador insistia nisso porque os fariseus ensinavam ao povo que fatores externos poderiam torná-los impuros perante a Lei, como os doentes, os leprosos, o contato...

Jesus critica uma religião, que se estrutura sobre gostos e prescrições humanas, segundo as medidas de corações que, talvez, queiram o mais fácil e refutem o mais exigente. Lavar mãos, copos e pratos é mais fácil que o amor de Deus e ao próximo, que o cuidado dos pais ou de ter uma ética cristã responsável. Deus e sua vontade, seus desígnios, seus mandamentos, seu Reino devem ocupar o centro de nossa fé e da nossa vida cristã. Hoje corremos o risco de nos apegarmos a preceitos, a vestes, a posturas, a esquemas, a ritos, e de...

É comovente verificar como a fé daquelas pessoas era grande. Não mediam esforços e sacrifícios para recuperar a saúde, própria ou de seus entes queridos. De toda parte, doentes eram carregados em leitos por caminhos mais difíceis dos que os de hoje, em sua maioria, debaixo de sol ou frio, e as pessoas revezavam-se para aguentar o peso dos fardos. Outros, apoiados em cajados e bordões pela dificuldade em andar, enfrentavam as distâncias e pacientemente caminhavam até Jesus. Não os desanimava o tempo que levariam para chegar até o...